sábado, 17 de setembro de 2016

terça-feira, 2 de agosto de 2016

ERA UMA VEZ ... UMA CASA SEM AMOR




DISPONÍVEL NA AMAZON

A CASA
https://www.amazon.com.br/CASA-buscar-origens-encontrou-Amor-ebook/dp/B01DB5IIEK

A CASA - RESTAURAÇÃO 
LIVRO 2

https://www.amazon.com.br/CASA-Restaura%C3%A7%C3%A3o-Gardenia-Yud-ebook/dp/B01J8UDGPS/ref=sr_1_1?s=digital-text&ie=UTF8&qid=1470185999&sr=1-1&keywords=A+CASA+RESTAURA%C3%87%C3%83O

domingo, 31 de julho de 2016

ACREDITE NUM FINAL FELIZ!



https://www.amazon.com.br/CASA-Restaura%C3%A7%C3%A3o-Gardenia-Yud-ebook/dp/B01J8UDGPS?ie=UTF8&ref_=zg_bs_tab_pd_bsnr_2

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A CASA - RESTAURAÇÃO - LIVRO 2


LANÇAMENTO 

A CASA - RESTAURAÇÃO

LIVRO 2

DISPONÍVEL NA AMAZON

https://www.amazon.com.br/dp/B01J8UDGPS


Desta vez, a casa para a qual Ana e João são atraídos ressoa com ecos sinistros de um passado sombrio.
Uma herança inusitada, um estranho charmoso e um velho segredo de família ameaçam o amor que eles apenas começaram a construir. Ana terá que tomar decisões para restaurar sua identidade, seu casamento e fazer reparações a muito tempo esperadas.


João aproximou-se do portão baixo, cujas bandas se desencontravam, abriu-o e entrou.
Tocou a campainha e esperou a porta ser aberta. O olhar de Ana era... bem ele não saberia dizer. Já tentara presumir sobre os sentimentos dela antes. Não o faria mais.
'Eu fiz uma promessa a você e pretendo cumpri-la...'
Não foram estas as palavras que saíram de sua boca. O olhar dela era indiferente. Ela não precisava dele como ele havia precisado dela.
— Vim buscar o resto de minhas coisas. E os papéis da separação. Você os assinou?
Ela afastou-se para que ele entrasse na casa, que o fizera sentir-se em um lar pela primeira vez. Mas o tempo foi curto. Ele foi até o quarto e começou a arrumar suas malas.



A CASA - RESTAURAÇÃO - LIVRO 2

DISPONÍVEL NA AMAZON

Desta vez, a casa para a qual Ana e João são atraídos ressoa com ecos sinistros de um passado sombrio.
Uma herança inusitada, um estranho charmoso e um velho segredo de família ameaçam o amor que eles apenas começaram a construir. Ana terá que tomar decisões para restaurar sua identidade, seu casamento e fazer reparações a muito tempo esperadas.


João aproximou-se do portão baixo, cujas bandas se desencontravam, abriu-o e entrou.
Tocou a campainha e esperou a porta ser aberta. O olhar de Ana era... bem ele não saberia dizer. Já tentara presumir sobre os sentimentos dela antes. Não o faria mais.
Eu fiz uma promessa a você e pretendo cumpri-la...
Não foram estas as palavras que saíram de sua boca. O olhar dela era indiferente. Ela não precisava dele como ele havia precisado dela.
— Vim buscar o resto de minhas coisas. E os papéis da separação. Você os assinou?

Ela afastou-se para que ele entrasse na casa, que o fizera sentir-se em um lar pela primeira vez. Mas o tempo foi curto. Ele foi até o quarto e começou a arrumar suas malas. 


quarta-feira, 15 de junho de 2016

SÓ FICARÁ DE TI - TORQUATO DA LUZ


Só ficará de ti o que fizeste por amor.
O resto não valeu:
foi apenas poeira que se ergueu 
em teu redor e o vento varreu.



Só ficará de ti o que escreveste com paixão.
O resto não contou:
foi tão-só uma sombra que passou,
pura ilusão, e nem rasto deixou.

__Torquato da Luz ( Poeta Português 1943 - 2013)

sábado, 11 de junho de 2016

DÁ LICENÇA POÉTICA PARA MIM TAMBÉM

DÁ LICENÇA POÉTICA PRÁ MIM TAMBÉM.

Gardenia Yud

Quando eu nasci
Um anjo corso
Do Atlântico,
Usando chapéu tricórnio,
— exalando maresia
veio me ver,
Anunciou a contra gosto:
Vai viver do mar!
Impensável sina para mulher.
Monstros, dragões e piratas
Vai ter que enfrentar.
Se resistir— mangou—, aconteceu!

Mas no mar, anjo não sabe,
não se vive, sonha —, só mulher para saber.
Mareada, dança com a morte,
Tapeada, acha que é príncipe.
Aí vem a coragem,
Ilusão de invencibilidade.
No mar, louros e estrelas,
após vencida a batalha,
Pois o azul reflete o zimbório do terceiro céu.

Mar é de ninguém,
é de quem vencer.
As lágrimas vem em ondas
Numa caudalosa mistura
De procela e ouro.
Não evaporam,
pois tem peso de glória.
Vertidas no tumulto das guerras de outrora,

‘Se, há mortos, vivos
e os que ‘andam’ no mar, Platão.
Mulher no mar, é o quê?’
Pergunta para o anjo corso,

Que eu também quero escrever.



quinta-feira, 2 de junho de 2016

A CASA - GARDENIA YUD


POR MAIS DE 10 SEMANAS ENTRE OS ROMANCES E-BOOK MAIS VENDIDOS DA AMAZON. 

CONHEÇA A HISTÓRIA DE CLARA E BENJAMIN, ANA E JOÃO!

Ao deixar o orfanato onde cresceu, Ana desenvolve uma obsessão para conhecer suas origens. Nesta jornada, ela se depara com uma casa envolta em uma história de mistério, amor e assassinato. Mas é em seu encontro e envolvimento com João, que ela se embaterá com seu maior desafio: perdoar e seguir adiante ou dar as costas a um grande amor. 

https://www.amazon.com.br/CASA-buscar-origens-encontrou-Amor-ebook/dp/B01DB5IIEK

terça-feira, 31 de maio de 2016

FOLHA EM BRANCO




Nesta folha em branco há potencial.
Há sonhos, há cores.
Tem um barquinho que navega.
E uma menina de tranças amarradas com laço de fita amarela.

Nesta folha em branco tem uma espiral ascendente,
E outra descendente.
Há uma corda dentro de um poço.
Há asas que voam para longe.

Nesta folha em branco tem uma canção,
Com notas harmônicas, às vezes dissonantes.
Mas a voz que canta não se cala no escuro,
ela cala fundo no coração.

Nesta folha em branco tem um sinal:
Não rasgue.
Construa um poema de amor,
mesmo em meio a um furacão.


Gardenia Yud


segunda-feira, 30 de maio de 2016

EXPECTATIVAS

E se um dia acordássemos e descobríssemos que as expectativas dos outros para nós, perdeu todo o seu peso? Que o sonho pelo qual tanto trabalhamos, na realidade não era nosso e de repente a vontade de persegui-lo não fizesse mais sentido? E se nossa existência sofresse um reset e nos fosse dado a chance de recomeçar, mas desta vez, eu sendo eu?

Essa chance realmente nos é presenteada todos os dias, mas nem sempre temos a coragem de nos engajarmos no perigoso jogo do autoconhecimento. E quando o fazemos, ao relancearmos brechas em nós mesmos e descobrirmos outro ou outros, tememos e recuamos, pois há retalhos costurados em nós que não nos pertence. Precisam ser removidos. Rasgados até, a fim de que possamos nos enxergar melhor. Ainda que sangre um sangue que não é nosso, e surjam lágrimas, ao percebermos que por trás de todo aquele falso colorido havia apenas um grande vazio.


Vale a pena construirmos um mosaico com peças presenteadas pela vida e por outras pessoas, mas que não nos roube de nossa identidade.


domingo, 22 de maio de 2016

EU SOPRO - A força do vento

Em meu livro JOSEFINA, O VENTO E O PÉ DE ROMÃ, Josefina está esperando o vento certo, aquele que transformará sua terra e permitirá que sua árvore brote novamente. Para isso, ela usa seu cata-vento mágico para tentar capturá-lo.

São várias as bibliografias, e mais fortemente nas arcaicas que favorecem o relato fantástico, que o vento é citado como um agente transformador dos tempos e da natureza. Ar em movimento, carregando em si terras distantes, os ventos podem ser suaves e destruidores: mas sempre, ventos de mudança. Algumas pessoas dizem: se quiser ouvir uma boa história, ouça o vento.

Debaixo de seu véu de mistério, este elemento da natureza sempre exerceu fascínio sobre a humanidade. Uma das passagens mais poéticas sobre o vento foi feita pelo sábio rei Salomão. Nela, os ventos são responsáveis por soprar nos jardins e causar o derramamento de seus formosos e agradáveis aromas, — um prenuncio de amor e romance. ‘Desperta, ó vento norte! Aproxima-te, vento sul! Sopra em meu jardim, a fim de espalhar por toda a parte os teus perfumes.’  ( Cânticos 4:16 ).

Mas um dos mais assombrosos Ventos de que se tem notícia é o Vento que entra em um cemitério, faz ossos secos levantarem-se de seus sepulcros, adquirirem vida e se tornarem em um exército. Não... não é um episódio de Walking Dead. Foi uma visão do profeta Ezequiel onde ele viu pessoas completamente mortas pela desilusão e escolhas erradas serem renovadas pela esperança que veio do Vento do Espírito de Deus ao soprar dos quatro cantos da terra.

O vento jamais é um elemento neutro. Ele é causador de turbulências, quer para o bem quer para o mal. Dependendo, é claro, da perspectiva. Minha tia sempre dizia a minha mãe, quando um vento lhe causava calafrios: fecha a janela que esse vento é ruim. E minha mãe não esqueceu o ensinamento fazendo questão de repassá-lo. 

O homem não controla o vento, pode no máximo aproveitar-se de sua passagem ao captar energia. Pegá-lo, vê-lo, você não pode. Mas não tente ignorá-lo. A despeito de sua invisibilidade, ele ‘causa’, deixa rastros. E ainda que não o vejamos, queremos senti-lo e sermos tocados por ele, já que sua ausência é sinônimo de esterilidade, pois o vento carrega sementes.


Da próxima vez que Ele passar por você não seja tão indiferente, pois o Vento diz: eu sopro. Ele sempre traz um novo dia.


sexta-feira, 13 de maio de 2016

SONHOS E MOMENTUM


Aquela frase causou uma pequena tempestade em meu cérebro: ' É preciso ganhar momentum'. Ahn?!

'Eu perdi alguma coisa?'

As pessoas moviam a cabeça afirmativamente em concordância com o preletor, e eu, o mesmo, mas com minha mente cheia de pequenas interrogações. Me pareceu que o restante da palestra tinha aquela declaração como eixo central, e eu, me coçava de curiosidade.

Minha inquietação não foi vã. Quando tive tempo fui pesquisar aquela palavra, um pequeno mistério, que descobri ser um tesouro.

Foi então, que juntei as peças do quebra cabeça e entendi a diferença de sonho e SONHO. E como fazer o último A C O N T E CE R.

Minha pesquisa levou-me a compreensão de que momentum tem tudo a ver com o que a palavra sugere, ou seja, movimento. Mas não se limita a ele. Momentum é uma grandeza da física que tem a ver com impulso, mudança. E o mais essencial e significativo de tudo, a força que você coloca para fazer a balança pender ‘em seu favor’.

E o espaço de tempo onde se ganha momentum requer uma pseudo inércia. Um momento silencioso de casulo e um arrastar-se humilde de lagarta. Uma boa dose de inércia, sim, mas uma inércia digna e eficaz, enriquecida por estudo, onde fundamenta-se o que queremos ver se formar, pois onde ‘não há fundamento, nada pode ser construído’ ( Salmo 11:3) de forma segura. Um tempo de quietude onde busca-se o aperfeiçoamento de habilidades pessoais e onde descobre-se habilidades que não imaginávamos possuir. É momento de confronto. A hora da verdade, boa e ‘cruel’. Do conhecimento de si mesmo e de seus verdadeiros sonhos, ou seja, o sonho que nasceu com você, que nasceu em seu DNA. Esta é uma descoberta essencial em nosso processo de ganhar momentum, pois quantas vezes não sonhamos os ‘sonhos dos outros?’, e acabamos ou por não alcançá-los ou os alcançamos e nos frustramos, pois não eram nossos. Não nos pertencia e nem nos possuía. Era quem sabe, apenas uma inveja reprimida, um desejo infantil e talvez até uma ambição implantada em você por outro ‘frustrado’ com seus próprios sonhos. Um ‘chip’ alienígena, produto de uma abdução parental.

Às vezes, é difícil alcançarmos este estágio de autenticidade pessoal por vários motivos, pressões e tensões externas que não nos deixam ouvir ‘a voz de nossas entranhas’. Gosto bastante desta palavra ‘entranhas’, que a pouco redescobri no livro sagrado de outra forma, e que em todas as suas menções está conectada a sentimentos nobres de amor, bondade, e até de nossa verdadeira expressão no mundo.

No ocidente relacionamos os sentimentos nobres ao coração, músculo que pulsa involuntariamente, mas na Bíblia as entranhas, — isso mesmo nossa parte intestinal, e que muitas vezes, é apenas lembrada por nós quando temos uma indigestão ou quando pensamos em nossa função excretora ( risos ) — são, na verdade, consideradas o nosso íntimo, o nosso lugar profundo, secreto, figurativamente ‘o nosso coração’, e que devem, por isso, ser sondadas. Intimamente conhecidas e purificadas daquilo que não nos pertence. Sonho para ser SONHO, tem que ser visceral. Deve ser formado e nascer de suas entranhas, para ser seu. Sonho vem do seu lugar secreto, se você tiver coragem de conhecê-lo. E é preciso muita coragem! Não adianta vir do coração do outro, pois nós, seres humanos temos valores variáveis. Diferentes. Não no sentido de que um é superior ao outro, mas no fato de que cada um tem seu alcance, sua direção e contribuição em seu mundo. Cada um é um SONHO diferente. Uma missão. Nós nos doamos de formas diferentes.  
    
Depois do estágio de pseudo inércia em que damos alma a nosso sonho, vamos à luta, pois ganhamos o tão extraordinário momentum. Vamos subir na balança.  Sair de nossa zona de conforto, se ralar e nos apropriar do movimento. Pois como diz Milton Nascimento em sua inigualável música, Caçador de mim, ‘ longe se vai sonhando demais, mas onde se chega assim? ’. Sem momentum, talvez, de volta ao ponto inicial, ou até a lugar nenhum.

Claro, que não desencorajo os sonhos que nos tiram o peso da rotina diária, que nos serve de conforto do stress do dia a dia, tira nossos pés do chão e coloca nossa cabeça nas nuvens. Mas se queremos realmente chegar ao fim de nossa vida e dizer que realizamos sonhos palpáveis, precisamos de momentum.




A palavra momentum, vocábulo latino análogo à palavra momento, significa, segundo o Dicionário Escolar Latino-Português, I - em sentido próprio - impulso, movimento, mudança, variação (sentido abstrato) (Cícero De Natura Deorum 2, 117), em sentido concreto, peso (que determina o movimento e a inclinação da balança).

Da direita para à esquerda : Amelia Earhart. Superior Esquerdo: Florence Lowe Barnes.
Inferior Esquerdo: Jean Gardner Batten. PRIMEIRAS MULHERES AVIADORAS

quarta-feira, 4 de maio de 2016

ALCANÇANDO A VELOCIDADE DA LUZ EM UMA MAGRELA



Me lembro como se fosse hoje.

Eu era uma criança, assistindo Cosmos, programa apresentado por Carl Sagan em um sábado de manhã. Não me lembro o canal.  Mas o daquele dia em especial, me deixou encantada. Aquele adulto acreditava em ‘contos de fadas’, e foi como se endossasse o meu mundo de fantasias para sempre.

Deixe-me detalhar aquele episódio em especial, que eu compreendi completamente com minha mente sem fronteiras de criança.

Dois irmãos se despediam de frente a uma praça de um pequeno vilarejo. Um ficava para trás e o outro pegava sua motoneta e saia por uma rodovia estreita e íngreme que tinha, de um lado uma rocha e do outro um mar azul cintilante. Hoje, eu sei que aquele lugar era, muito provavelmente, a Itália.  
Ele aumentava a velocidade por aquela estrada. Subindo, descendo e contornando aquela rocha tendo a vista incrível do mar ao seu lado. Nada mais importava para ele.

Bem, eu naquele instante não entendi bem o propósito de tantas voltas, já que eu assistia o programa por que amava estrelas ( a despeito de não entender nada do que era dito, mas a alma sabe...). E lá ia a motoneta com aquele rapaz.

Então, em um certo momento ele decide voltar para o vilarejo, e quando chega lá tudo está envelhecido. Inclusive seu irmão, que tem os cabelos brancos e pele enrugadíssima. Bem nesse momento ele conseguiu minha atenção! O que aconteceu???? Foi algum encanto de uma bruxa má????

Então, a voz do narrador explicou de forma ‘simples e cândida’ que se você viajar com a velocidade da luz e os outros ficarem para trás, submetidos a doce rotina da vida, o tempo passará pesado para eles, mas para você será como se fosse apenas uns segundos. Não é necessário dizer que eu acreditei, e nunca mais andei na minha little bike de forma casual. Ficava me perguntando como alcançar a velocidade da luz. Dava uma volta no quarteirão em alta velocidade e depois entrava em casa procurando vestígios de que havia alcançado meu intento, tipo, todo mundo velhinho.

Claro, que isso não aconteceu. ‘Ainda’. kkkkk.

Eu ainda acredito! Acredito na relatividade do tempo! Muitos duvidam, mas poucos tem o cacife para refutar Albert Einstein ou Carl Sagan. Se a Teoria não se demonstra na prática, não passa de teoria, você pode alegar. Bem, como já dizia Einstein ‘a imaginação é mais importante que o conhecimento’, pois o primeiro te dá asas, e o segundo sem o primeiro impõe fronteiras.

Mas no final das contas, ao longo da vida e da experiência, eu descobri, na prática, que aqueles que ficam para trás acomodados em sua doce rotina, sem explorar, se movimentar e sonhar, realmente ficam presos dentro de uma cápsula do tempo, sendo regidos por ele e tendo-o, não como amigo, mas como cobrador de cada dia vivido. Se não tem como você acelerar com a velocidade da luz, movimente-se, acelere sua vida de encontro aos seus sonhos e objetivos, e o tempo deixará de existir. Mas se você parar, ele não te perdoará! 

quarta-feira, 27 de abril de 2016

CANTARES DE SALOMÃO



O livro de Cantares de Salomão é uma poesia só.
Já parou alguma vez para ler este pequeno poema de amor de quase 3000 anos?
Não? Não sabe o que está perdendo. 
As metáforas usadas pelo homem que foi considerado o mais sábio de todos os tempos
são inigualáveis.





sexta-feira, 8 de abril de 2016

AJALON - DOWNLOAD GRATUITO AMAZON 9 e 10 de Abril

DOWNLOAD GRATUITO NA AMAZON
09 e 10 DE ABRIL.


AJALON - Gardenia Yud


Joshua, um viúvo com passado turbulento encontra uma noiva misteriosa e sem memória em meio a uma nevasca. Uma descoberta surpreendente o espera.







http://www.amazon.com.br/Ajalon-Gardenia-Yud-ebook/dp/B019QL6U3E



Em busca de um recomeço, Joshua encontra em Ajalon um refúgio e uma visão. Porém, é durante uma nevasca, que ele se vê diante de um mistério que pode ser a chave para sua restauração, ou um retorno destrutivo ao passado: uma mulher em um vestido de noiva, sem memória ou história. 

Seu surgimento ressuscita conflitos que acreditava ter superado, traz de volta amigos e inimigos, e o lança em um campo de batalha, onde ele terá que enfrentar seu passado, consolidar a conquista de sua herança e tomar decisões que possam, enfim, sincronizar seu tempo — infinitamente distorcido —, e sua vida, para encontrar descanso. 


Em Ajalon, Joshua enfrenta sua longa noite, sacode a poeira do luto e recebe o sopro divino para alcançar cura. 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

AS AVENTURAS DE LADY BEATRIX - parte 2

—Você veio a nossa cidade para ajudar um malfeitor, e por isso, também será punida.
Ainda desnorteada, Bee foi levada para a cidade juntamente com Billie. Foram encarcerados em celas separadas, até que fosse decidido o tipo de pena que pegariam.
Boquiaberta, ela ouviu o veredito daquele julgamento corrupto. Billie seria enforcado como um exemplo para aqueles que tentassem se esquivar de cumprir acordos firmados entre cavaleiros e ela tomaria o lugar dele na padaria de Monsieur Pierre. Não se compadeceu tanto por si mesma, mas estava destroçada por Billie.
Se soubesse que entrar naquela vila que era conhecida por ser habitada por gente amigável e alegre, terminaria em tamanho desastre, teria passado de largo.
A sentença seria aplicada no dia seguinte, e ela estaria presente para não se esquecer do que poderia acontecer-lhe, caso tentasse se esquivar da padaria de Monsieur Pierre.
O cadafalso estava posto à praça pública, a multidão aglomerava-se para assistir ao espetáculo bizarro como se estivesse em um circo de horrores.  O pobre Billie, de mãos amarradas atrás das costas, subiu a estrutura de madeira com uma dignidade que a comoveu. Ela jurou a si mesma que não olharia para ele quando seus pés estivessem agitando no ar em desespero pela última gota de vida. Os olhos verdes encaravam o espaço à sua frente em uma tranquilidade quase inumana.
Um homem vestido de vermelho subiu o cadafalso com um tambor pendurado em seu pescoço por uma tira de couro. Baqueteava o ritmo dos últimos momentos de Billie. Bee não conseguia deixar os olhos do rapaz e então percebeu uma mudança neles. Os globos oculares pareciam que ia saltar das órbitas. Seria temor? Não. Era surpresa?! Com algo mais. Esperança.
Não apenas ela, mas todas as cabeças se viraram para onde olhava Billie.
Era apenas um homem.
Simples. Ordinário. Roupas de agricultor. Cabelos e barba grisalhos. Mas havia algo extraordinário. Um cajado de madeira e o olhar intimidador. Ele andou entre a multidão que foi abrindo passagem para ele.
Um sussurro aqui, outro ali, e da cela para animais de onde estava, ela pode ouvir pedaços de sentenças. O cultivador de sicômoros, disse um. O que veio fazer aqui? Perguntou outro. Perturbar-nos com suas palavras, é só o que faz em nosso meio, respondeu uma mulher amarga, que em seu vestido de festa percebeu que a diversão teria um desfecho diferente do que esperava.
O cultivador de sicômoros. Parecia animador, pensou Bee.
Conde Pauli, colocou-se diante do homem e perguntou.
— Veio assistir a sentença, Amós?
O homem rústico — de vestes e gestos—, afastou o prefeito para o lado com o braço talhado pelo trabalho duro e prosseguiu até subir o cadafalso.  Olhou para o tocador de tambor que intimidado baixou os olhos, e depois para Billie. Removeu do pescoço do rapaz a corda grossa.
O Conde não se deu por vencido. Subiu apressado ao palco-tablado que havia montado e ordenou.
— Pare! Pare! Não pode chegar aqui e decidir o juízo. Ele foi julgado e sentenciado a morte.
O olhar do cultivador de sicômoros era grave.
O conde levantou o queixo e arrematou.
— Foi justo! Um julgamento justo.
— Eu conheço sua balança — Bee ouviu pela primeira vez a voz possante do homem polêmico. Virou-se para a multidão e seus olhos pareceram relampejar. — Vocês tornam o juízo em absinto, arrastam por terra a justiça e destroem os miseráveis da terra. Não se condoem do próximo, mas buscam oportunidade para pesá-los e vendê-los. Aos inocentes pervertem o caminho para levá-los a morte e à vossas mulheres, cobrem com joias roubadas, enquanto espezinham mais o pobre.
A mulher com vestido de festa abriu seu leque e começou a abanar-se: ‘ Que linguajar precário! Temos mesmo que suportar isso?’
—À partir deste dia, não há mais ferrolho nesta cidade.
E assim dizendo, tomou o braço de Billie e o removeu do cadafalso. Desceram o tablado de madeira diante de uma multidão silenciosa e a atravessaram sem que ninguém os impedisse. Foi então que Billie foi até a cela na qual ela estava presa e abriu-a para que saísse.






Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.


domingo, 3 de abril de 2016

AS AVENTURAS DE LADY BEATRIX - parte 1

Decidiu passar a noite fora do vilarejo e partir no dia seguinte.
Durante o percurso escutou um barulho estranho dentro da própria carroça. Parou-a, pensando, que talvez, algum animal houvesse invadido seu carroção, talvez até um rato. Lady Beatrix detestava aqueles animais. Algo que seu falecido pai a ensinara foi a manter a limpeza meticulosa e desta forma evitar aquelas criaturas sujas e provocadoras de doenças.
Pegou uma vassoura e foi atrás do invasor.  Qual não foi sua surpresa ao perceber que não havia rato nenhum, mas sim um moço. Ao ser descoberto, não se fez de rogado, deu um sorriso maroto e ergueu-se diante de Lady Beatrix.
A moça assustada deu um salto para trás e caiu por cima das tranqueiras do pai.
O rapaz apressou-se em socorrê-la e colocá-la de pé.
“Está bem, senhorita?”
 Ela o encarou sem nenhuma simpatia. Ao perceber isto, ele colocou as mãos na cintura e estufou o peito.
—Quem é você?
—Oh! Billie, ao seu dispor, madame.
Ela não gostou do tom de gracejo.
—O que está fazendo em minha propriedade? — perguntou exasperada.
— Ah... bem resolvi pegar uma carona — disse com ar distraído.
Havia um brilho sagaz nos olhos verdes e um lampejo passou pela mente de Lady Beatrix. Ele era o larapio da vila e estava fugindo as suas custas! Ela colocou-se de pé diante dele, que talvez fosse apenas uma ou duas polegadas mais alto que ela e cruzou os braços diante do corpo.
—Você é o ladrão da vila — acusou.
Uma sombra cobriu os olhos dele, e por um motivo desconhecido Lady Beatrix arrependeu-se de suas duras palavras.
Ele virou-se sem nada dizer e procurou a saída do carroção.
— Espere! — ela disse.
Mas ele não virou-se ou obedeceu. Afastou o tecido de cor que fechava a entrada do carroção e pulou ao chão.  Beatrix seguiu-o, sentindo-se cada vez mais culpada.
—Desculpe-me, não quis dizer isso, Billie! — quase estranhou a intimidade ao usar o nome de batismo de alguém que havia acabado de conhecer.
Ele virou-se para ela e o rosto sardento estava rubro.
—Quis dizer isso, sim! Não sou ladrão!
—Desculpe-me...
Então, ouviu um ronco estranho e quando entendeu de onde se originava ficou constrangida. Billie mais ainda. Ele baixou a vista e virou-se para ir embora.
—Para onde pensa em ir? Vou até a próxima vila, posso levá-lo ate lá... se ainda quiser.
—Vamos, suba no carroção. Vou montar acampamento até amanhã, acender uma fogueira e fazer um cozido de coelho.
Lady Beatrix ouviu o ronco novamente.
Billie olhou para ela orgulhoso.
—Troco comida por trabalho, madame.
Foi até a frente da carroça e subiu no banco de madeira do condutor. Lady Beatrix sentou-se a seu lado, pegou a rédeas e colocou os dois pangarés para andar.
O carroção seguiu pelo caminho da floresta que circundava a vila até parar em uma clareira. As primeiras estrelas já estavam no céu e Bee, tratou de acender logo o lampião. Viu Billie adiantar-se para fazer uma fogueira e logo depois se embrenhou no emaranhado sombrio de árvores altas. A moça achou a atitude tenebrosa, já que ele podia perder-se na escuridão e não mais encontrar o caminho. Mas, em poucos instantes Billie estava de volta com água. Saciou os animais e usou um pouco matar a própria sede. Pelo visto, ele conhecia bem aquele caminho, ela pensou.
Bee tratou de colocar o jantar sobre a fogueira e ficou a esperar o fogo fazer seu trabalho. Olhava para o rapaz de soslaio. Perguntou-se se era mais novo, ou mais velho que ela. O que fazia da vida, onde estava sua família e se era ele, o ladrão dos dois pães da padaria.
Quando o cheiro do ensopado começou a dar-lhe água na boca, pegou um prato de bronze  amassado encheu-o com o caldo e entregou-o para ele. Ele não fez uso do talher que ela havia dado a ele. Pegou a carne com a mão e engoliu-a de um bocado só. Ela teve medo que se engasgasse e lhe causasse transtornos. Então ele percebeu que ao invés de comer ela o observava. Não se fez de rogado, deu as costas para ela e continuou a comer com sofreguidão. Ao terminar, virou-se para ela com o prato vazio, e começou a observá-la enquanto comia. Ela pode perceber seus olhos torturados. Ela abandonou seu prato, pegou uma concha cheia de dentro da panela e olhou para ele.
—Você pode repetir!
E assim foi até que a panela ficou vazia.
—Eu trabalhava para Monsieur Pierre — ele declarou de repente. — Eu e minha irmã, fomos trocados por dois pares de sapato.
Bee olhou para ele aturdida, mas acreditou que não havia entendido bem suas palavras, ou talvez fosse algum costume exótico daquele povoado.
—Desculpe, não entendi. O que quer dizer com ‘trocados por pares de sapatos’?
—Nosso antigo dono nos trocou por sapatos.
—Sapatos?
Ele olhou-a sério.
—Eram dos bons. Couro bom, sabe. Não sapatos ordinários.
Ela não soube o que dizer.
—Mas ele não era bom pagador. Tinha que nos pagar por nosso trabalho. O justo! Sempre trabalhamos por nosso alimento e pouso. Toda manhã acendíamos a fornalha e preparávamos a massa, e depois de assada, recebíamos nossa porção. Mas com o passar do tempo ele foi ficando mesquinho. Quando a massa ia para a fornalha ele nos mandava cuidar dos animais. Tive que entrar em questão com ele. Ele passou a nos dar apenas metade do sustento que nos devia. Frances foi ficando fraca, até que adoeceu. E mês passado se foi.  Ontem apenas tomei o que era meu. Estava partindo. Não devo mais nada para ele. Ele enfureceu-se comigo, disse que não iria perder mais um empregado e me acusou diante da cidade. Não está certo sabe? — ele moveu a cabeça de um lado para o outro. — Isso não é certo, e eles sabem.
— Eu sinto muito, Billie.
Ele a olhou encabulado por suas palavras cheias de sentimento. Fez um aceno curto com a cabeça.
—Amanhã partiremos, e quem sabe na próxima cidade não tenha mais sorte?  
—Sorte...não posso dizer que tenho sorte, madame. Mas tenho dois braços e muita disposição.

Bee entregou-lhe um cobertor de retalhos coloridos e ele foi até o banco de madeira do carroção e pegou no sono quase que imediatamente. Ela entrou no carroção e deitou-se na cama estreita que se apertava no pequeno espaço entulhado de coisas. Dormiu até a metade da segunda vigília, quando ouviu gritos e um clarão alaranjado que se infiltrava pelas brechas do tecido grosso do carroção. Com o coração aos pulos, olhou por uma fresta e viu pessoas rodeando sua casa com tochas na mão. Com um puxão violento a entrada do carroção foi aberta, e ela viu o prefeito, Conde Pauli.






quarta-feira, 23 de março de 2016

COMPILAÇÃO DOS CAPÍTULOS DO ROMANCE ' A CASA' NA AMAZON (download gratuito)


A compilação dos Capítulos do Romance 'A CASA' estão em um Livro na Amazon.


Download Gratuito à partir do dia 24 de março de 2016.


https://www.amazon.com.br/CASA-buscar-origens-encontrou-Amor-ebook/dp/B01DB5IIEK/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1458779834&sr=8-1&keywords=A+Casa+Gardenia+Yud


sábado, 19 de março de 2016

AS AVENTURAS DE LADY BEATRIX



NAVEGAR POR TERRA,


CÉU,


E MAR


É SEU DESTINO.





AS AVENTURAS DE LADY BEATRIX - PRÓLOGO

ESTE É O PRIMEIRO CAPÍTULO DE UMA SÉRIE INFANTO JUVENIL CHAMADA 
AS AVENTURAS DE LADY BEATRIX.

AS POSTAGENS DO BLOG SÃO GRATUITAS.

ESPERO QUE APRECIEM A LEITURA!






Lady Beatrix como alguns podem pensar não era de nobre estirpe, sangue azul não corria em suas veias. Era filha de um homem que já havia passado, e de cuja genealogia não se podia contar, um nômade, criador de poções, inventor de esquisitices imprestáveis, e adivinhador do tempo sem muito prestígio e exatidão.

Vivia a chamar-lhe de Lady pois dizia que num passado muito distante um nobre fizera parte da família. E seu batismo de Beatrix, ele a olhava com um brilho de afeição, era porque ela era sua estrela de navegação para a felicidade. Ela era uma viajante.

Sua mãe, ele declarou-lhe uma vez a título de explicações sobre laços familiares, morreu no parto.

— Mas antes me fez muitas recomendações sobre sua educação.

Porém, um tempo depois, Lady Beatrix ouviu uns buchichos, e começou a desconfiar que a mãe havia batido asas depois de cansar da vida de cigana que levava ao lado do marido.

Em uma noite fatídica depois de beber muito hidromel e cantar ao redor de uma fogueira, seu pai foi dormir e nunca mais acordou. Lady Beatrix entrou em choque. Estava só no mundo dos homens. Chorou, chorou sem saber como continuar, mas acabou por pegar o legado do pai — seu carroção e as muitas tranqueiras que carregava —, e continuou a peregrinar pelo mundo.

Prosseguiu em preparar as poções para fazer crescer os cabelos dos carecas. Fórmula esta, que de acordo com seu pai ativava a árvore capilar adormecida por causa de sustos mal resolvidos. Outras das poções de Lady Beatrix era a de fazer os magros engordarem e os gordos emagrecerem. É claro, que nunca ficava muito tempo em um lugar para ver se faziam efeito ou não. E de acordo com a posologia medicamentosa era necessário no mínimo sete luas novas fazendo uso do bálsamo para se verem os resultados, e dar tempo de ela sair estrategicamente da cidade.

Apesar de ter sentido muito a partida do pai, a menina superou a dor, afinal como dizia seu pai, o mundo não dá par quem precisa, só para quem abasta.

Lady Beatrix, do alto de seus quatorze anos erguia a barra do seu vestido lilás, único que tinha, jogava para trás os cachos castanhos, subia no carroção e fazia o velho pangaré andar.

Em uma de suas andanças, ao entrar em uma aldeia para vender uma de suas poções, viu-se em meio a uma algazarra. A população procurava por um malfeitor que havia roubado dois pães da padaria de Monsieur Pierre. Lady Beatrix teve pena do pobre coitado quando caísse nas mãos de tão ruidosa turba. Devido à comoção popular que queria de toda forma levar o gatuno a juízo, Lady Beatriz não teve muita sorte ao vender suas poções, o que a aborreceu, já que após uma rápida sondagem das pessoas que se aglomeravam na praça prospectou muitos clientes.

Conde Pauli, prefeito do vilarejo, discorria longo discurso sobre a necessidade de livrar a aldeia de gente de nível suspeitoso. Apesar de seu bigode fino e de pontas voltadas para cima, Lady Beatrix logo percebeu a ausência capilar do prefeito que tentava disfarçar o defeito com uma peruca longa, com cachos pretos que lhe dava uma aura de poder sombrio. Seu discurso estava recheado de palavras que lhe causaram certo desconforto, pois algumas perpassavam justamente pela natureza itinerante de Lady Beatrix

Esses errantes! Andarilhos! Todo cuidado é pouco!

O dono da padaria era um sujeito alto e magro, e a fórmula super vitaminada de seu pai lhe acrescentaria um bom recheio. Já o reverendo faria bom uso de sua receita de emagrecimento que para fazer efeito e misturar-se bem aos humores do corpo, fazia necessário que o usuário corresse 3000 braças após 1 colherada.

Sentiu muito, pois daquela vez perderia a oportunidade de fazer uma boa venda.

                                                                         ****


Logo será postado o próximo capítulo!




domingo, 13 de março de 2016

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

CALDAS BRANDÃO - UM PEQUENO CONTO DO DESTINO - CAPÍTULO 1

Recife - 1911

Os saltos de madeira emitiam um ruído oco sobre o chão lamacento, por causa da chuva da madrugada. Gotículas saltavam por todos os lados e salpicavam de pingos marrons a barra de sua saia. Comerciantes abriam as portas dos armazéns e feirantes expunham seus víveres em quitandas sobre a calçada, esperando os fiéis compradores. Em pouco tempo o local estaria abarrotado de gente. Mulheres em busca de uma pechinha e empregados, com cestos sobre a cabeça, enviados por seus patrões para conseguirem frutas e verduras mais frescas e carnes vermelhas, ainda cheirando a sangue fresco.

Os pés de Maria Gentil doíam. Estava desacostumada a usar aqueles sapatos, mas por desejar causar uma boa impressão, decidiu-se por carregá-los.

Apressou o passo quando chegou à rua onde os vestígios das mudanças aceleradas e atravancadas a deixavam irritada. A era das demolições e reconfigurações parecia não ter mais fim, ouvia-se, até, que estava apenas em seu começo. Era o começo do fim. Tudo seria rearranjado. O velho substituído pelo novo, pois o propósito era avançar, se para o bem ou para o mal, só o oráculo do futuro é quem poderia dizer. Ela seguiu pela Rua Bom Jesus e passou diante do Banco, que escondia em suas bases, fragmentos de uma cultura e fé execradas, como sua mãe costumava sussurrar aos seus ouvidos, entre as quatro paredes do quarto onde viviam, para que ninguém soubesse, sequer imaginasse, que elas, também, eram restos, que haviam sobrevivido teimosamente na superfície da vida através do tempo. As histórias ficavam amalgamadas no cerne da alma, mas se constituíam em um segredo a ser guardado e mentido no mundo dos homens. Um longo silêncio debaixo de pedras, que talvez, um dia, clamassem.

Suas vidas continuaram. Um reino decadente, diante do que um dia haviam sido e da promessa irrealizável do que poderiam voltar a ser. A mãe, viúva, com quatro filhos para criar só, vivera entre a lealdade a história de seus antepassados e a amargura, mas morrera de olhos abertos, enxergando um tempo de glória que nunca viveu, apenas ouvira falar, e que fez parte de suas fantasias de criança. Todos os dias, confrontada pela realidade da pobreza, à espera de dias melhores que nunca bateram a sua porta, chegou a confidenciar à filha, que talvez, o sangue deles afinasse ao longo dos anos, e, quem sabe, ela seria mais feliz. Deveria apenas calar.

O sol já ia alto, despistando o dia da atmosfera chuvosa, que havia tomado a noite anterior. Ela atravessou o largo do Corpo Santo com pressa, constatando num relance, o fim que se avizinhava, com a força inexorável de um juízo final.  O mundo ao seu redor desabava diante da ferocidade do progresso. Os pequenos seres que dele faziam parte, indefesos e assombrados diante do cenário apocalíptico que os abatia, corriam em busca de outro abrigo, como ratos, que acabam de ter seu valhacouto descoberto. Ela, também, corria em busca de amparo, antes que acabasse enterrada ali, debaixo dos escombros da desesperança, sem que houvesse bocas para contar sua história.

Seu salto ficou preso entre dois paralelepípedos de pedra portuguesa fixadas toscamente no passeio. Seu pé deslizou para fora do sapato e ela pisou no chão com a meia branca e fina, — a sua melhor —, deixando sua base úmida e marrom. Uma exclamação exasperada escapou de seus lábios.

Voltou dois passos para recolocar o pé no calçado, quando percebeu o brilho fosco, debaixo da água lamacenta e mal cheirosa. Removeu a luva e contendo o asco, enfiou os dedos através do líquido frio, trazendo consigo uma moeda de bronze. 40 réis. Os dizeres em filigranas rodeavam o número, num conselho, para quem tinha a geleia da cabeça laureada com esperteza: a economia faz a prosperidade. Sorriu agradecida para a sorte. Colocou o donativo na bolsinha e seguiu em frente, mais animada, mas não distraída. Queria impressionar pela pontualidade, por isso, saíra bem mais cedo de casa. Precisava ainda pegar o bonde, e as mulas não estavam mais a andar lépidas, como se também pressentissem que estavam a caminhar em direção a seu fim. A efemeridade coalhava o ar.

Fixou os olhos ao longe, em busca do movimento dos bondes, quando, inesperadamente, sentiu um puxão violento em seu braço, e seu chapéu caiu. ‘Aonde vai com tanta pressa, boneca?’

Seu coração disparou e a boca secou. Ainda que soubesse que aquele lugar era habitado por todo o tipo de gente, e ela estivesse andando sozinha, — vulnerável a todo o tipo de atenção desagradável —, em todas as suas idas e vindas, jamais fora abordada daquela forma por ninguém, ainda que percebesse alguns olhares de malícia vez ou outra.

O homem vestido em um terno escuro, não era qualquer. Embora estivesse com a barba por fazer e hálito alcoólico, suas roupas eram bem cortadas. Duvidava que fosse um boêmio, já que esses voltavam para casa ao raiar da luz da matina. Era na verdade um gatuno oportunista em busca de presas fáceis. E ela estava na vez.

Seu olhar feroz a arrepiou.

— Deixe-me! — ela puxou o braço, levada pelo sentimento de pavor e abaixou rapidamente para pegar seu chapéu.

Mas ao invés de se sentir acuado pelas pessoas que voltavam-se para eles com curiosidade, aproveitou o movimento que ela fez para recolocar o chapéu e puxou a bolsinha de tecido que segurava.

—Não! — gritou ela.

Ele a abriu, removeu todas as moedas, inclusive a que ela acabara de achar, desmanchou a dobra de um papel, que estava entre os parcos pertences encerrados na bolsinha, e leu atrevidamente seu conteúdo, — o endereço rabiscado do destino de Maria. Amassou-o desdenhoso e jogou longe.

Com o coração desfalecido, ela correu em busca do papel amassado e o resgatou com mãos trêmulas.

Ressentido pelo atrevimento dela em dar-lhe as costas, agarrou-apelo braço e arrastou-a, empurrando-a violentamente contra uma parede. O medo e o choque a impediram de falar. Seus olhos se arregalaram diante do rosto retorcido pela maldade.

— Não deves sair por aí, sozinha! — cuspiu contra seu rosto enquanto o segurava com mãos sujas e rudes.

Ela reagiu, empurrando-o com toda sua força e escapou dele. Mas como que para afrontá-la, perseguiu-a, beliscou sua nádega e deu uma gargalhada zombeteira.

Maria correu com o coração na mão. Os sapatos horríveis a maltratavam e por pouco ela não os deixou no meio do caminho. Ainda podia ouvir atrás de si o ranço maldoso de sua risada. Só parou quando chegou diante do arco arquitetônico amarelado que fazia fronteira com a longa escadaria da igreja. Olhou para trás ofegante e percebeu que estava segura.

Sua mão direita segurava a bolsinha vazia e a esquerda apertava furiosamente o papel amassado. Imaginou que sua aparência estaria deplorável. Todos os fios de cabelo que ela havia cuidadosamente arranjado, desalinhados. E se sua face espelhava o que estava em seu interior, as pessoas poderiam enxergar o assombro.

Quando finalmente seu coração não mais pulsava em sua garganta, ela enxugou a face com o lenço perfumado com lavanda, que para sua sorte havia deixado no bolso da saia verde musgo e as mãos grosseiras não haviam tocado. Respirou profundamente a fragrância, para que ela invadisse seus sentidos. Um soluço quis escapar de seus lábios, mas ela o abafou. Não era o momento para sentir pena de si mesma.


Tentou arrumar os cabelos como pôde e marchou como um soldado diante da guerra iminente e inevitável, sabendo que nada mais o espera adiante, a não ser, a morte. O bonde vinha lentamente. Ela o parou, entrou e não pagou. O guia, com seu bigode escuro de pontas viradas para cima e chapéu da Pernambuco Street Railway ficou olhando para ela inquisidoramente, esperando pelo tilintar das moedas. Ela baixou os olhos, deixando metade da face encoberta pelo chapeuzinho ornamentado com minúsculas flores, lilás e rosa, como se assim pudesse ficar invisível. Ele fez um muxoxo com a boca e enrugou a testa. Murmurou palavras ininteligíveis consigo mesmo e seguiu adiante com a direção.