Aquela frase causou uma pequena tempestade em meu cérebro: ' É preciso ganhar momentum'. Ahn?!
'Eu perdi alguma coisa?'
'Eu perdi alguma coisa?'
As pessoas moviam a cabeça afirmativamente em concordância com o preletor, e eu, o mesmo, mas com minha mente cheia de pequenas interrogações. Me pareceu que o restante da palestra tinha aquela declaração como eixo central, e eu, me coçava de curiosidade.
Minha inquietação não foi vã.
Quando tive tempo fui pesquisar aquela palavra, um pequeno mistério, que
descobri ser um tesouro.
Foi então, que juntei as peças do
quebra cabeça e entendi a diferença de sonho e SONHO. E como fazer o último A C
O N T E CE R.
Minha pesquisa levou-me a compreensão
de que momentum tem tudo a ver com o
que a palavra sugere, ou seja, movimento.
Mas não se limita a ele. Momentum
é uma grandeza da física que tem a ver com impulso, mudança. E o mais essencial
e significativo de tudo, a força que você coloca para fazer a balança pender ‘em
seu favor’.
E o espaço de tempo onde se ganha
momentum requer uma pseudo inércia.
Um momento silencioso de casulo e um arrastar-se humilde de lagarta. Uma boa
dose de inércia, sim, mas uma inércia digna e eficaz, enriquecida por estudo,
onde fundamenta-se o que queremos ver se formar, pois onde ‘não há fundamento,
nada pode ser construído’ ( Salmo 11:3) de forma segura. Um tempo de quietude onde
busca-se o aperfeiçoamento de habilidades pessoais e onde descobre-se
habilidades que não imaginávamos possuir. É momento de confronto. A hora da
verdade, boa e ‘cruel’. Do conhecimento de si mesmo e de seus verdadeiros
sonhos, ou seja, o sonho que nasceu com você, que nasceu em seu DNA. Esta é uma
descoberta essencial em nosso processo de ganhar momentum, pois quantas vezes não sonhamos os ‘sonhos dos outros?’, e acabamos ou por não alcançá-los ou os alcançamos e nos frustramos,
pois não eram nossos. Não nos pertencia e nem nos possuía. Era quem sabe,
apenas uma inveja reprimida, um desejo infantil e talvez até uma ambição
implantada em você por outro ‘frustrado’ com seus próprios sonhos. Um ‘chip’
alienígena, produto de uma abdução parental.
Às vezes, é difícil alcançarmos
este estágio de autenticidade pessoal por vários motivos, pressões e tensões
externas que não nos deixam ouvir ‘a voz de nossas entranhas’. Gosto bastante
desta palavra ‘entranhas’, que a pouco redescobri no livro sagrado de outra
forma, e que em todas as suas menções está conectada a sentimentos nobres de
amor, bondade, e até de nossa verdadeira expressão no mundo.
No ocidente relacionamos os
sentimentos nobres ao coração, músculo que pulsa involuntariamente, mas na
Bíblia as entranhas, — isso mesmo nossa parte intestinal, e que muitas vezes, é
apenas lembrada por nós quando temos uma indigestão ou quando pensamos em nossa
função excretora ( risos ) — são, na verdade, consideradas o nosso íntimo, o nosso
lugar profundo, secreto, figurativamente ‘o nosso coração’, e que devem, por
isso, ser sondadas. Intimamente conhecidas e purificadas daquilo que não nos
pertence. Sonho para ser SONHO, tem que ser visceral. Deve ser formado e nascer de suas
entranhas, para ser seu. Sonho vem do seu lugar secreto, se você tiver coragem
de conhecê-lo. E é preciso muita coragem! Não adianta vir do coração do outro,
pois nós, seres humanos temos valores variáveis. Diferentes. Não no sentido de
que um é superior ao outro, mas no fato de que cada um tem seu alcance, sua
direção e contribuição em seu mundo. Cada um é um SONHO diferente. Uma missão.
Nós nos doamos de formas diferentes.
Depois do estágio de pseudo
inércia em que damos alma a nosso sonho, vamos à luta, pois ganhamos o tão
extraordinário momentum. Vamos subir
na balança. Sair de nossa zona de
conforto, se ralar e nos apropriar do movimento.
Pois como diz Milton Nascimento em sua inigualável música, Caçador de mim, ‘ longe se vai sonhando demais, mas onde se
chega assim? ’. Sem momentum,
talvez, de volta ao ponto inicial, ou até a lugar nenhum.
Claro, que não desencorajo os
sonhos que nos tiram o peso da rotina diária, que nos serve de conforto do stress
do dia a dia, tira nossos pés do chão e coloca nossa cabeça nas nuvens. Mas se
queremos realmente chegar ao fim de nossa vida e dizer que realizamos sonhos
palpáveis, precisamos de momentum.
A
palavra momentum, vocábulo latino análogo
à palavra momento, significa, segundo o Dicionário Escolar Latino-Português, I
- em sentido próprio - impulso, movimento, mudança, variação (sentido abstrato)
(Cícero De Natura Deorum 2, 117), em
sentido concreto, peso (que determina o movimento e a inclinação da balança).
Da direita para à esquerda : Amelia Earhart. Superior Esquerdo: Florence Lowe Barnes. Inferior Esquerdo: Jean Gardner Batten. PRIMEIRAS MULHERES AVIADORAS |
Belo texto amiga Gardenia... Que tenhamos coragem para, mesmo em momentos de dificuldade, fazer nossos sonhos se tornarem realidade... Beijos no coração... Feliz dia... Vida feliz...
ResponderExcluirObrigada por sua presença neste blog, Aline Brandt.
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