sexta-feira, 13 de maio de 2016

SONHOS E MOMENTUM


Aquela frase causou uma pequena tempestade em meu cérebro: ' É preciso ganhar momentum'. Ahn?!

'Eu perdi alguma coisa?'

As pessoas moviam a cabeça afirmativamente em concordância com o preletor, e eu, o mesmo, mas com minha mente cheia de pequenas interrogações. Me pareceu que o restante da palestra tinha aquela declaração como eixo central, e eu, me coçava de curiosidade.

Minha inquietação não foi vã. Quando tive tempo fui pesquisar aquela palavra, um pequeno mistério, que descobri ser um tesouro.

Foi então, que juntei as peças do quebra cabeça e entendi a diferença de sonho e SONHO. E como fazer o último A C O N T E CE R.

Minha pesquisa levou-me a compreensão de que momentum tem tudo a ver com o que a palavra sugere, ou seja, movimento. Mas não se limita a ele. Momentum é uma grandeza da física que tem a ver com impulso, mudança. E o mais essencial e significativo de tudo, a força que você coloca para fazer a balança pender ‘em seu favor’.

E o espaço de tempo onde se ganha momentum requer uma pseudo inércia. Um momento silencioso de casulo e um arrastar-se humilde de lagarta. Uma boa dose de inércia, sim, mas uma inércia digna e eficaz, enriquecida por estudo, onde fundamenta-se o que queremos ver se formar, pois onde ‘não há fundamento, nada pode ser construído’ ( Salmo 11:3) de forma segura. Um tempo de quietude onde busca-se o aperfeiçoamento de habilidades pessoais e onde descobre-se habilidades que não imaginávamos possuir. É momento de confronto. A hora da verdade, boa e ‘cruel’. Do conhecimento de si mesmo e de seus verdadeiros sonhos, ou seja, o sonho que nasceu com você, que nasceu em seu DNA. Esta é uma descoberta essencial em nosso processo de ganhar momentum, pois quantas vezes não sonhamos os ‘sonhos dos outros?’, e acabamos ou por não alcançá-los ou os alcançamos e nos frustramos, pois não eram nossos. Não nos pertencia e nem nos possuía. Era quem sabe, apenas uma inveja reprimida, um desejo infantil e talvez até uma ambição implantada em você por outro ‘frustrado’ com seus próprios sonhos. Um ‘chip’ alienígena, produto de uma abdução parental.

Às vezes, é difícil alcançarmos este estágio de autenticidade pessoal por vários motivos, pressões e tensões externas que não nos deixam ouvir ‘a voz de nossas entranhas’. Gosto bastante desta palavra ‘entranhas’, que a pouco redescobri no livro sagrado de outra forma, e que em todas as suas menções está conectada a sentimentos nobres de amor, bondade, e até de nossa verdadeira expressão no mundo.

No ocidente relacionamos os sentimentos nobres ao coração, músculo que pulsa involuntariamente, mas na Bíblia as entranhas, — isso mesmo nossa parte intestinal, e que muitas vezes, é apenas lembrada por nós quando temos uma indigestão ou quando pensamos em nossa função excretora ( risos ) — são, na verdade, consideradas o nosso íntimo, o nosso lugar profundo, secreto, figurativamente ‘o nosso coração’, e que devem, por isso, ser sondadas. Intimamente conhecidas e purificadas daquilo que não nos pertence. Sonho para ser SONHO, tem que ser visceral. Deve ser formado e nascer de suas entranhas, para ser seu. Sonho vem do seu lugar secreto, se você tiver coragem de conhecê-lo. E é preciso muita coragem! Não adianta vir do coração do outro, pois nós, seres humanos temos valores variáveis. Diferentes. Não no sentido de que um é superior ao outro, mas no fato de que cada um tem seu alcance, sua direção e contribuição em seu mundo. Cada um é um SONHO diferente. Uma missão. Nós nos doamos de formas diferentes.  
    
Depois do estágio de pseudo inércia em que damos alma a nosso sonho, vamos à luta, pois ganhamos o tão extraordinário momentum. Vamos subir na balança.  Sair de nossa zona de conforto, se ralar e nos apropriar do movimento. Pois como diz Milton Nascimento em sua inigualável música, Caçador de mim, ‘ longe se vai sonhando demais, mas onde se chega assim? ’. Sem momentum, talvez, de volta ao ponto inicial, ou até a lugar nenhum.

Claro, que não desencorajo os sonhos que nos tiram o peso da rotina diária, que nos serve de conforto do stress do dia a dia, tira nossos pés do chão e coloca nossa cabeça nas nuvens. Mas se queremos realmente chegar ao fim de nossa vida e dizer que realizamos sonhos palpáveis, precisamos de momentum.




A palavra momentum, vocábulo latino análogo à palavra momento, significa, segundo o Dicionário Escolar Latino-Português, I - em sentido próprio - impulso, movimento, mudança, variação (sentido abstrato) (Cícero De Natura Deorum 2, 117), em sentido concreto, peso (que determina o movimento e a inclinação da balança).

Da direita para à esquerda : Amelia Earhart. Superior Esquerdo: Florence Lowe Barnes.
Inferior Esquerdo: Jean Gardner Batten. PRIMEIRAS MULHERES AVIADORAS

quarta-feira, 4 de maio de 2016

ALCANÇANDO A VELOCIDADE DA LUZ EM UMA MAGRELA



Me lembro como se fosse hoje.

Eu era uma criança, assistindo Cosmos, programa apresentado por Carl Sagan em um sábado de manhã. Não me lembro o canal.  Mas algo naquele programa me deixou encantada. Aquele adulto acreditava em ‘contos de fadas’, e foi como se endossasse o meu mundo de fantasias para sempre.

Deixe-me detalhar aquele episódio em especial, que eu compreendi completamente com minha mente sem fronteiras de criança.

Dois irmãos se despediam de frente a uma praça de um pequeno vilarejo. Um ficava para trás e o outro pegava sua motoneta e saia por uma rodovia estreita e íngreme que tinha, de um lado uma rocha e do outro um mar azul cintilante. Hoje, eu sei que aquele lugar era, muito provavelmente, a Itália.  
Ele aumentava a velocidade por aquela estrada. Subindo, descendo e contornando aquela rocha tendo a vista incrível do mar ao seu lado. Nada mais importava para ele.

Bem, eu naquele instante não entendi bem o propósito de tantas voltas, já que eu assistia o programa por que amava estrelas ( a despeito de não entender nada do que era dito, mas a alma sabe...). E lá ia a motoneta com aquele rapaz.

Então, em um certo momento ele decide retornar para o vilarejo, e quando chega, tudo está envelhecido. Inclusive seu irmão, que tem os cabelos brancos e pele enrugadíssima. Bem nesse momento ele conseguiu minha atenção! O que aconteceu???? Foi algum encanto de uma bruxa má????

Então, a voz do narrador explicou de forma ‘simples e cândida’ que se você viajar com a velocidade da luz e os outros ficarem para trás, submetidos a doce rotina da vida, o tempo passará pesado para eles, mas para você será como se fosse apenas uns segundos. Não é necessário dizer que eu acreditei, e nunca mais andei na minha little bike de forma casual. Ficava me perguntando como alcançar a velocidade da luz. Dava uma volta no quarteirão em alta velocidade e depois entrava em casa procurando vestígios de que havia alcançado meu intento, tipo, todo mundo velhinho.

Claro, que isso não aconteceu. ‘Ainda’. kkkkk.

Eu ainda acredito! Acredito na relatividade do tempo! Muitos duvidam, mas poucos tem o cacife para refutar Albert Einstein ou Carl Sagan. Se a Teoria não se demonstra na prática, não passa de teoria, você pode alegar. Bem, como já dizia Einstein ‘a imaginação é mais importante que o conhecimento’, pois o primeiro te dá asas, e o segundo sem o primeiro impõe fronteiras.

Mas no final das contas, ao longo da vida e da experiência, eu descobri, na prática, que aqueles que ficam para trás acomodados em sua doce rotina, sem explorar, se movimentar e sonhar, realmente ficam presos dentro de uma cápsula do tempo, sendo regidos por ele e tendo-o, não como amigo, mas como cobrador de cada dia vivido. Se não tem como você acelerar com a velocidade da luz, movimente-se, acelere sua vida de encontro aos seus sonhos e objetivos, e o tempo deixará de existir. Mas se você parar, ele não te perdoará! 

quarta-feira, 27 de abril de 2016

CANTARES DE SALOMÃO



O livro de Cantares de Salomão é uma poesia só.
Já parou alguma vez para ler este pequeno poema de amor de quase 3000 anos?
Não? Não sabe o que está perdendo. 
As metáforas usadas pelo homem que foi considerado o mais sábio de todos os tempos
são inigualáveis.





sexta-feira, 8 de abril de 2016

AJALON - DOWNLOAD GRATUITO AMAZON 9 e 10 de Abril

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09 e 10 DE ABRIL.


AJALON - Gardenia Yud


Joshua, um viúvo com passado turbulento encontra uma noiva misteriosa e sem memória em meio a uma nevasca. Uma descoberta surpreendente o espera.







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Em busca de um recomeço, Joshua encontra em Ajalon um refúgio e uma visão. Porém, é durante uma nevasca, que ele se vê diante de um mistério que pode ser a chave para sua restauração, ou um retorno destrutivo ao passado: uma mulher em um vestido de noiva, sem memória ou história. 

Seu surgimento ressuscita conflitos que acreditava ter superado, traz de volta amigos e inimigos, e o lança em um campo de batalha, onde ele terá que enfrentar seu passado, consolidar a conquista de sua herança e tomar decisões que possam, enfim, sincronizar seu tempo — infinitamente distorcido —, e sua vida, para encontrar descanso. 


Em Ajalon, Joshua enfrenta sua longa noite, sacode a poeira do luto e recebe o sopro divino para alcançar cura. 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

AS AVENTURAS DE LADY BEATRIX - parte 2

—Você veio a nossa cidade para ajudar um malfeitor, e por isso, também será punida.
Ainda desnorteada, Bee foi levada para a cidade juntamente com Billie. Foram encarcerados em celas separadas, até que fosse decidido o tipo de pena que pegariam.
Boquiaberta, ela ouviu o veredito daquele julgamento corrupto. Billie seria enforcado como um exemplo para aqueles que tentassem se esquivar de cumprir acordos firmados entre cavaleiros e ela tomaria o lugar dele na padaria de Monsieur Pierre. Não se compadeceu tanto por si mesma, mas estava destroçada por Billie.
Se soubesse que entrar naquela vila que era conhecida por ser habitada por gente amigável e alegre, terminaria em tamanho desastre, teria passado de largo.
A sentença seria aplicada no dia seguinte, e ela estaria presente para não se esquecer do que poderia acontecer-lhe, caso tentasse se esquivar da padaria de Monsieur Pierre.
O cadafalso estava posto à praça pública, a multidão aglomerava-se para assistir ao espetáculo bizarro como se estivesse em um circo de horrores.  O pobre Billie, de mãos amarradas atrás das costas, subiu a estrutura de madeira com uma dignidade que a comoveu. Ela jurou a si mesma que não olharia para ele quando seus pés estivessem agitando no ar em desespero pela última gota de vida. Os olhos verdes encaravam o espaço à sua frente em uma tranquilidade quase inumana.
Um homem vestido de vermelho subiu o cadafalso com um tambor pendurado em seu pescoço por uma tira de couro. Baqueteava o ritmo dos últimos momentos de Billie. Bee não conseguia deixar os olhos do rapaz e então percebeu uma mudança neles. Os globos oculares pareciam que ia saltar das órbitas. Seria temor? Não. Era surpresa?! Com algo mais. Esperança.
Não apenas ela, mas todas as cabeças se viraram para onde olhava Billie.
Era apenas um homem.
Simples. Ordinário. Roupas de agricultor. Cabelos e barba grisalhos. Mas havia algo extraordinário. Um cajado de madeira e o olhar intimidador. Ele andou entre a multidão que foi abrindo passagem para ele.
Um sussurro aqui, outro ali, e da cela para animais de onde estava, ela pode ouvir pedaços de sentenças. O cultivador de sicômoros, disse um. O que veio fazer aqui? Perguntou outro. Perturbar-nos com suas palavras, é só o que faz em nosso meio, respondeu uma mulher amarga, que em seu vestido de festa percebeu que a diversão teria um desfecho diferente do que esperava.
O cultivador de sicômoros. Parecia animador, pensou Bee.
Conde Pauli, colocou-se diante do homem e perguntou.
— Veio assistir a sentença, Amós?
O homem rústico — de vestes e gestos—, afastou o prefeito para o lado com o braço talhado pelo trabalho duro e prosseguiu até subir o cadafalso.  Olhou para o tocador de tambor que intimidado baixou os olhos, e depois para Billie. Removeu do pescoço do rapaz a corda grossa.
O Conde não se deu por vencido. Subiu apressado ao palco-tablado que havia montado e ordenou.
— Pare! Pare! Não pode chegar aqui e decidir o juízo. Ele foi julgado e sentenciado a morte.
O olhar do cultivador de sicômoros era grave.
O conde levantou o queixo e arrematou.
— Foi justo! Um julgamento justo.
— Eu conheço sua balança — Bee ouviu pela primeira vez a voz possante do homem polêmico. Virou-se para a multidão e seus olhos pareceram relampejar. — Vocês tornam o juízo em absinto, arrastam por terra a justiça e destroem os miseráveis da terra. Não se condoem do próximo, mas buscam oportunidade para pesá-los e vendê-los. Aos inocentes pervertem o caminho para levá-los a morte e à vossas mulheres, cobrem com joias roubadas, enquanto espezinham mais o pobre.
A mulher com vestido de festa abriu seu leque e começou a abanar-se: ‘ Que linguajar precário! Temos mesmo que suportar isso?’
—À partir deste dia, não há mais ferrolho nesta cidade.
E assim dizendo, tomou o braço de Billie e o removeu do cadafalso. Desceram o tablado de madeira diante de uma multidão silenciosa e a atravessaram sem que ninguém os impedisse. Foi então que Billie foi até a cela na qual ela estava presa e abriu-a para que saísse.






Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.