Um dos sonhos mais fascinantes relatados pela literatura é
sem dúvida o da Escada de Jacó, no qual o patriarca bíblico visualizou anjos
descendo e subindo uma escada que deixava a terra e tinha o seu topo no céu.
Vários foram os artistas que tentaram interpretar em tela esta epifania. E cada
um alcançou em seu próprio espírito o entendimento para reproduzir em cores
este mistério. Mas para mim, nenhum deles alcançou em tela este intento como
William Blake, o poeta, visionário e pintor inglês, marginalizado e negligenciado
em seu tempo por sua originalidade e genialidade considerada um tanto quanto
bizarra. Até mesmo a técnica que ele utilizou na época foi inovadora. Por sua
espiritualidade e visões de anjos (que ele contava abertamente sem medo de
parecer infantil ou esquisito), acredito que ele conseguiu captar melhor o
brilho, o etéreo e também a materialidade da visão de Jacó em sua obra. Muito de seu trabalho assemelha-se, em minha
opinião, ao de Khalil Gibran, talvez pelas pinceladas de espiritualidade nas
obras de cada um.
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