sexta-feira, 13 de maio de 2022

LIKE DOVES




'Who are these that fly along like clouds,
like doves to their nests?'

Isaiah 60:8
art: haven - vladimir kush
 

domingo, 24 de abril de 2022

ABRA-SE O MAR

 "Quando a noite fria cair sobre mim,

E no deserto eu me encontrar.

Me ver cercado por egípcios e por Faraó,

sendo impedido de prosseguir.

EU SEI QUE O TEU FOGO CAIRÁ SOBRE MIM.

Então eu direi:

ABRA-SE O MAR!

E eu passarei dançando e cantando em TUA PRESENÇA!"


(Aline Barros)





terça-feira, 5 de abril de 2022

EM MEIO A TANTOS GASES LACRIMOGÊNIOS...

Porque se chamava moço

Também se chamava estrada

Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo,...
Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos
E lá se vai mais um dia, ooh
E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva
De um rio, rio, rio, rio, rio, rio...
E lá se vai mais um dia, ooh
E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio-fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente, gente, gente, gente, gente...
E lá se vai mais um dia, ooh
Compositores: Milton Nascimento / Lo Borges / Marcia Borges



quinta-feira, 31 de março de 2022

Bem-vindo Abril!

 

NADA SE FIRMA SOBRE A MENTIRA



O SENHOR ODEIA OS LÁBIOS MENTIROSOS, 

  MAS SE DELEITA COM OS QUE FALAM A VERDADE.


                                                                                                       ( Provérbios 12:22)


segunda-feira, 3 de maio de 2021

ANTES QUE O REI MORRA

 

Eu nunca havia visto sua face.

Filho de um déspota cruel que reinava sem amor ou sabedoria sobre seu povo, ele fora minuciosamente moldado a maneira dos reis.

Vestia-se em seda púrpura, era alimentado por mãos delicadas e ninguém mais, a não ser ele mesmo, importava no mundo. Todas as manhãs caminhava por seus jardins e a fragrância das especiarias incensavam suas roupas reais e até mesmo a brisa se deliciava em adular seus cabelos. A benção de Deus enchia de flores seu caminho.

Certa manhã, entediado, subiu a torre mais alta de seu palácio, e ao observar as terras que um dia seriam suas teve uma visão desconcertante: seu reino era seco, ocre e branco de sal. Aqui ou ali havia uma mancha vermelha, outra negra, mas seus olhos não compreenderam aquelas cores.

Foi a sala do trono e perguntou ao seu pai por que, enquanto as cores do palácio gritavam de alegria, as do vilarejo eram sem forma e murmuravam canções tristes a seu espírito.

‘Não olhe pelas janelas, meu digno filho. Deus enche nossos palácios de fartura e beleza.’

O filho, grato por Deus muito amá-lo nunca mais subiu a torre.

Passaram-se tempos e tempos e o príncipe foi enviado a outro reino, pois seu pai ambicionava que compartilhasse de outras culturas e voltasse com um novo conhecimento que engrandecesse ainda mais sua casa.

Ao retornar para casa o filho foi recebido com um grande banquete oferecido pelo orgulhoso pai.

Na manhã seguinte, o pequeno príncipe convidou o rei para um passeio e o pai alegremente o acompanhou, saudoso que estava de sua deliciosa companhia.

Subiram os 1386 degraus e chegaram a torre mais alta. O pai, já idoso, cansou-se durante a subida, mas nada disse.

‘Pai. Por que as cores fora do palácio murmuram canções tristes ao meu coração?’ – perguntou o moço.

‘Já não te disse que Deus enche de fartura e abundância nossos palácios? Não olhe pela janela.’

‘Mas tu me enviaste, a mandado de Deus, a uma terra distante onde a chuva rega a terra, a relva verde rodeia os muros da cidade e os seus governantes todos os dias olham pelas janelas de seus palácios.’

O rei encolerizou-se e decretou: ‘Ficarás aqui, a olhar por esta janela até que aprendas a odiá-la. Não participarás mais da fartura e abundância de Deus dentro deste palácio, até que aprendas a receber sem questionar.’

Assim dizendo o pai deixou a torre batendo a pesada porta atrás de si, degredando seu filho a solidão e à visão da janela.

Todo ano o rei enviava um emissário para buscar informações sobre seu filho.

‘Ele vive a olhar pela janela, ó grande rei. E não tem mais a forma que lhe damos. Sua aparência fica mais grotesca a cada ano que se passa.’

Um dia, o rei decidiu conferir.

Subiu os 1386 degraus. Seu coração palpitava de cansaço, mas sua curiosidade o instigava.

A grande e pesada porta foi aberta, e ao contemplar seu filho, obra de suas mãos, não o viu. O ser que estava diante de si, não era mais a sua semelhança. Uma dor profunda atravessou o seu peito e ele caiu aos pés de seu filho.

Um novo rei desceu a torre.

Abriu as portas do palácio e quando a luz do sol entrou, morcegos voaram de detrás das pesadas cortinas de seda. Serpentes escorregaram de dentro dos pesados baús de madeira engastados de pedras preciosas. Corvos e lagartos buscaram aborrecidos outro palácio para se abrigar.

O rei montou em seu cavalo e foi até a cidade, cujo chão era coberto de sal com manchas negras e vermelhas e ao chegar à praça da cidade, mandou que um de seus servos cavasse um poço. E para o espanto e maravilha do povo pobre e pisado uma fonte começou a jorrar. As águas eram límpidas e brilhantes.

Um novo reino começou a surgir. E uma relva verde apareceu onde antes apenas existia sal.

Todavia os morcegos, lagartas e víboras de vez em quando reuniam-se para planejar uma retomada. Queriam de volta o seu antigo reino. Vez ou outra enviavam um emissário para tentar o rei. Mas suas estratégias eram todas reprimidas.

O povo amava ao seu rei, que era único em sua justiça e bondade, e mantinha sempre a fonte a jorrar. Mas eles sabiam que um perigo os ameaçava: o tenebroso grão-vizir. Homem de inteligência fina e que escondia atrás de sua aparência fenomenal e cativante o desejo sórdido de dominar tudo e a todos, inclusive o rei. O grão-vizir já havia tentado de todas as maneiras infiltrar seus aliados no palácio sem sucesso. Até mesmo tentara penetrar na mente do rei com sua loquacidade e brilhantismo diabólicos, mas sem êxito. Até que uma nova possibilidade de retorno a seus tempos áureos se delineou quando colocou os olhos em Paulina, a encantadora. Uma nulidade mental, era verdade. Mas juntos, ele e ela, poderiam recolocar o bracelete negro no braço do rei e uma nova reforma começaria.